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Deficiência Intelectual e a quebra de paradigmas

Um olhar apurado para a Deficiência Intelectual.

Para a Deficiência Intelectual encontramos inúmeras definições na internet, o que nos leva a não formular um post sobre o conceito em si. Acima de qualquer apreciação técnica, a intenção é revelar nossa experiência e dessa forma quebrar paradigmas.

Levantar o tema da inclusão com um olhar mais preciso para a pessoa com deficiência intelectual é a grande e relevante questão e nesse sentido temos muito a contar. É certo que já abordamos em outros posts do nosso blog os seus talentos e capacidades.

Também queremos trazer luz para as potencialidades do nosso grupo e ressaltar que suas habilidades cognitivas não têm a ver com memorizar informações mas, muito além disso, com o conhecimento assimilado.

Enquanto uma parte da população ainda não compreendeu que a pandemia  impôs novas regras para a civilização, aqui na APOIE tudo foi muito bem compreendido. Ninguém questiona o uso ou não da máscara, da higiene das mãos e do distanciamento tão necessário para nos proteger de um possível contágio.

Então, estabelecemos protocolos e todos perceberam que sem o cumprimento das novas regras a volta não seria possível. E como queriam voltar… notamos que a saudade era grande e que sentiam muita falta da rotina na APOIE.

Embora continuássemos com as atividades online durante a quarentena, logicamente a falta do contato presencial era imensa e chegou inclusive a abrir algumas lacunas.

Aliás, o mundo todo experimenta o vazio deixado pela pandemia.

Aprendizagem e escolhas

Se você ainda tem dúvidas quanto a capacidade dos nossos jovens e idosos, compreenda que eles têm envergadura para responder ao que lhes é bem explicado. Você sabia que além de capazes são criativos e perspicazes?

Antes de mais nada, muito bom ressaltar que recebemos pessoas com deficiência intelectual moderada a leve. Bem conduzidos pela equipe de profissionais da instituição, recebem propostas desafiadoras e as executam com perfeição. Assim como a maioria de nós e salvo exceções, um aprendizado ocorre por meio de treinamento e estudo. Daí a necessidade do nosso foco voltado para o bem estar e o aprimoramento da nossa turma.

Já sabemos que as civilizações caminham de modo a quebrar paradigmas e quando uma sociedade se movimenta nesse sentido, ou seja, buscando aprimorar-se, certamente evolui. Com uma história considerável e recheada de muita experiência, sabemos que a escalada evolutiva é contínua e exige preparo.

Crescemos na medida em que nos empenhamos para isso, caso contrário estaríamos vivendo ainda como os nossos antepassados da era das cavernas. Se no passado os olhares se apiedavam diante dos que apresentam alguma deficiência, as paraolimpíadas são exemplo do poder de superação.

Todos estamos no mesmo barco e chega ao pódio quem se empenha para alcançá-lo.

Deficiência Intelectual oferece limites e pede superação

É claro que viemos ao mundo para superar deficiências e cada um tem as suas. Vai dizer que não deseja sobrepujar limites e que já se encontra no topo da cadeia evolutiva.

Não, né?

Trazemos o tema de forma mais coloquial justamente para abrandar conceitos e focar na questão de que todo mundo tem desafios que exigem superação.

Imagine-se por exemplo, produzindo uma peça como essa do link, confccionada uma pessoa com deficiência intelectual! E então, abriu o link com as letras em azul? Você seria capaz de fazer um Papai Noel como esse? Pode até ser que nem deseje aprender, mas a confecção do produto requer muita habilidade e atenção.

Enfim, a nossa missão é oferecer ferramentas para que a pessoa com deficiência intelectual alcance espaço e reconhecimento na sociedade por meio da autonomia e com foco no seu bem estar. Afinal, quem de nós não deseja ser parte atuante da sociedade? Certamente uma questão primordial para a autoestima de qualquer pessoa, carregue ela uma deficiência ou não.

Então, vamos enxergar nossos preconceitos, procurando o entendimento de que não somos nem mais e nem menos do que ninguém. Se acaso tem limites, que bom! Bora fazer o possível para superá-los.

Foi assim que descobrimos a roda, o fogo, o desenvolvimento da agricultura, da pesca, das vacinas!

Já pensou como seria sem graça a vida se não tivéssemos mais pelo o que lutar ou progredir ou se tudo estivesse pronto ou acabado? Ah, mas você ainda poderia questionar sobre a razão de uns terem desafios gigantes e outros nem tanto. Bom, isso é papo para mais de hora e não é exatamente o foco em questão.

Felicidade se acha é em horinhas de descuido
Guimarães Rosa

Então, nessas horinhas de descuido vamos em busca da tal felicidade e seguindo com a missão de fazer a diferença.

Vem com a gente?