Após um longo cruzeiro por mares nunca navegados, vamos retomar a vida com a mala repleta de suvenires. Aliás, muitos deles se pudéssemos não teríamos na bagagem, não é mesmo?
Apenas como curiosidade, a palavra tem origem do francês souvenir que significa “memória”, pois é algo que resgata as memórias culturais que estão relacionadas ao destino turístico de onde veio o viajante.
Então utilizamos o termo porque cada um de nós viveu a pandemia de um jeito e certamente colecionou um monte de bugigangas emocionais. De volta para a vida de outrora cada suvenir tem um significado e portanto, uma história ou sentimento agregado a ele.
Embora o post tenha feito metáfora com uma viagem marítima, ela ocorreu como uma figura de linguagem que traduzisse um passeio de navio pelas águas salgadas de Nazaré.
Se acaso nunca viu as ondas dessa praia de Portugal, vale a pena conferir as imagens do que nos parece traduzir o que enfrentamos por aqui! Isso porque as ondas são boas para prática do surfe, jamais para um cruzeiro.
Navegar é preciso e retomar a vida também
Apesar de tudo sobrevivemos, não é verdade? Não à toa que muitos de nós, ainda que ressabiados, estamos contentes por termos saído com vida da pior tormenta de todos os tempos.
E ela nem mesmo acabou…
Talvez o Ítalo Ferreira, ouro olímpico do surfe, seja o maior exemplo pra gente, na medida em que nos revelou o segredo da sua força e poder de luta. Ele aprendeu a surfar em uma tampa de isopor quando criança e certamente desafiou ondas terríveis até chegar ao pódio, colecionando suvenires memoráveis.
Assim, também nossa gente carrega marcas profundas de tudo o que viveu durante a pandemia. Como não poderia deixar de ser, alguns tomaram um belo caldo e quase perderam o fôlego. As lembranças que trazem do período ficarão guardadas nas gavetas cinzentas dos seus cérebros. Mas aprendemos na APOIE que a pessoa com deficiência intelectual é resiliente.
Sim, muito já falamos em outros posts sobre as qualidades do nosso grupo, que revela dia a dia que tem capacidades e muito potencial. No entanto, muito além do seu poder de contribuição na roda que movimenta a economia da sociedade está a sua resposta emocional diante das vicissitudes.
Capacidades reveladas e poder de superação
Então, pode segurar o queixo e fechar a boca aberta pelo espanto, porque a turma compreendeu muito bem as novas regras impostas. Já que a pandemia estabeleceu normas sanitárias rígidas e inquestionáveis, nos adaptamos ao novo momento e ajustamos a rotina, o espaço e as dinâmicas diárias.
Certamente que houve um grande empenho dos profissionais da APOIE para explicar as novidades e capacitar a nossa gente para que o comportamento de cada um fosse adequado. Também respeitamos a vontade das famílias, quanto a volta presencial ou não dos seus tutelados.
Na verdade quem optou pela volta física confiou no “nosso taco”, na seriedade do nosso trabalho e conduta diante da grande responsabilidade que assumimos ao recebê-los. Por fim e não menos importante, a pessoa com deficiência intelectual revela a sua capacidade não só de resiliência, como também de mudança de padrões de comportamento.
Gente, vocês sabem o quanto é complicado mudar comportamentos adquiridos ao longo da vida! Certamente já tentaram e compreendem o que estamos falando. Pois bem, importa saber a capacidade de superar obstáculos e retomar a vida da pessoa com deficiência intelectual.
Sabe, como já dissemos eles voltaram com um monte de bugigangas na mala, quinquilharias emocionais no bolso e que certamente prefeririam não colecionar. Mas a resiliência, o sorriso no rosto e a gana pela vida atracaram com eles no porto seguro da APOIE!
Apesar do longo período longe, voltaram inclusive com vontade de reaprender o que esqueceram e isso é muito bonito de ver.
Quer saber mais? Mesmo quem não está presencial continua com o atendimento remoto e assim vamos singrando o mar da vida.
Enfim, estamos de volta e com todas as atividades para o bem estar da nossa gente, além de novidade na produção! Vai lá e confere.
Até o próximo post!
Que texto lindo e emocionante!
Sim, nossos aprendizes são especiais em suas necessidades, mas são mais especiais ainda em nós ensinar a lhe dar com as adversidades da vida!❤
Quem soube aproveitar esse tempo ,”mesmo bastante triste”, para crescer em vários sentidos e descobertas , especialmente como ser humano, ele q soube navegar nessa tempestade e saiu bem mais forte e com valores de vida magníficos . Texto maravilhoso Flávia. Parabéns!!A grande aula : Estamos aqui um pelo outro sempre!!
Toda volta é um recomeço!
Retomar com alegria e esperança sempre lembrando que “navegar é preciso”. A calmaria e a turbulência nos ajudam a compreender e a viver.
Maravilhoso Flávia! Que sejamos agraciados por esse grandioso e inusitado direito de recomeçar!
Todo recomeço é difícil mas muito edificante.
O importante é não desistir.
Bela reflexão🌷 que explora as possibilidades de expansão e evolução do Ser Humano, apesar de toda sua vulnerabilidade… tão exposta nesses tempos desafiadores, como as ondas de Nazaré… sigamos com Fé, Força, Foco e muito Amor!!!💕 Imenso abraço a todos na APOIE – um lugar de acolhimento, vocação e realizações.💛
Uma onda carregada de esperança depois de águas turbulentas.
Ótimo texto!!! Parabéns, Flávia
Que lindo texto. Me alegro em saber de mais esse aspecto positivo das pessoas com deficiência. Parabéns a todos!
Retomando com seguranca e responsabilidade!