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Casa cheia | Vida que segue

Casa cheia, uma emoção e tanto...

Casa cheia após dois anos do início da pandemia não é pouca coisa não! É vida que segue, mas também uma vitória danada de boa! Quase como ganhar uma maratona ou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.

Muito mais do que uma emoção passageira, mas um sentimento de conquista diante de tantos obstáculos que tivemos que saltar.

Não, não somos uma equipe que treina para corrida de obstáculos, modalidade que surgiu na Grécia Antiga  e até parece que se tornou obrigatória nos dias de hoje.

Ver a casa cheia é tão imenso quanto ascender ao mais elevado cume de uma geleira abissal! Isto porque a pandemia se revelou assustadoramente difícil de sobrepujar.

Você sabe do que falamos, já que também teve as suas provas e dificuldades para superar, assim como temores e diversas preocupações.

Fato é que chegamos até aqui e temos muito o que comemorar.

Como chegamos até aqui

Treino, minha gente, muito treino. Da equipe, da turma e, porque não, das famílias. Porque se você acredita que tudo se conquista ao acaso ou ao sabor do vento… então não sabe nada da vida.

Essa é a mais pura verdade e não há como fugir dela, porque só é possível alcançar um objetivo se nos esforçamos para isso e tudo começa com um simples desejo. Mas será que apenas desejar é suficiente? A gente nem precisa responder; afinal, todo macaco quer banana mas até ele sabe que a fruta não cai do céu.

Ver a casa cheia é tão sensacional quanto vislumbrar os primeiros passos de uma criança ou ver uma pessoa acidentada recuperar o movimento perdido. As duas criaturas não conseguiram suas façanhas somente desejando-as; elas foram extremamente perseverantes e colocaram muito empenho e força de vontade nos seus propósitos.

A casa cheia só foi possível mediante tudo o que falamos até aqui. Ou seja, desejo, muito empenho e força. Ah, e também uma bela pitada de coragem, pois é ela quem salga a terra e apimenta a vida.

2022 – O ano da casa cheia

Certamente será o ano da casa cheia de gente e de desafios. Sim, nós os encontraremos pela frente e eles são aquele tempero apimentado que citamos anteriormente.

Aliás, será que poderíamos crescer e prosperar se não tivéssemos pela frente os tais obstáculos para vencer? Coisa de maluco desejar provocações! Mas, na verdade, sem elas a tendência da grande maioria é se acomodar e não sair do lugar.

Então, a gente quer que você salgue a nossa rotina, que traga uma receita nova para o nosso dia a dia e que faça parte da nossa história. Sabe como?

Coloca a nossa turma pra trabalhar! Isso mesmo, manda um pedido pra oficina que a gente dá conta do recado e entrega tudo muito bem feito e no prazo acordado.

Afinal, a casa cheia só tem sentido se houver trabalho e emoção para as nossas mãos.

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Big Brother Apoie

Dá uma espiadinha no Big Brother Apoie.

Big brother no Brasil é sempre assunto nos primeiros meses do ano. Talvez as opiniões sobre o programa sejam bem controversas, mas a maioria gosta de espiar o que acontece no quintal do vizinho.

Pensando nisso, as nossas atividades do dia a dia estão lá no instagram, que é pra todo mundo dar uma espiadinha no trabalho da gente.

O Big Brother Apoie revela a força de trabalho do nosso povo, onde palavras como esforço, respeito e ofício têm o peso da dignidade.

A audiência do Big Brother Apoie

O desempenho das nossas postagens revela o interesse das pessoas pelo nosso trabalho e a gente percebe que a “espiadinha” cresce a cada nova publicação.

Então nos interessa e muito a divulgação de tudo o que fazemos aqui, inclusive porque transparência e ética são qualidades da nossa instituição.

Além disso, divulgar para a sociedade o desempenho, progresso e força de trabalho da pessoa com deficiência intelectual é um dos nossos objetivos principais.

Não só queremos a valorização da nossa história, compromisso e missão, como também revelar o potencial da nossa turma. Se por acaso ainda duvida da capacidade daqueles que fogem à regra ou padrão, entenda que estímulo, rotina e trabalho são fundamentais.

Talvez por isso que nossas publicações no Instagram façam tanto sucesso e os vídeos alcancem números consideráveis de visualizações. O famoso “ver para crer” se faz necessário e a nossa casa poder ser vista por quem desejar.

Big empenho | Big trabalho | Big história

É grande o nosso trabalho e se der uma espiadinha no site, com certeza terá uma boa ideia da bela história que construímos até então.

Se chegamos em 2022 com força e vontade é porque não esmorecemos nunca e olha que são mais de 42 anos de fundação! Só para você ter uma ideia do nosso tempo de vida, vamos dar uma espiadinha no passado.

Curiosidades do ano de fundação da Apoie |1979

Só em 1979 que Mato Grosso do Sul passa a ser reconhecido oficialmente como uma unidade federativa do Brasil; João Figueiredo toma posse como o 30° presidente do Brasil e Eunice Michiles torna-se a primeira mulher a ocupar um lugar no Senado Federal.

Em 1979 um produto mudou o mundo moderno, o Sony Walkman – Pela primeira vez as pessoas podiam ouvir músicas gravadas, enquanto estavam em movimento.

Acredite se quiser, mas o carro do ano eleito no Brasil foi o Ford Corcel e a TV por assinatura ainda demoraria 10 anos para ser implantada no país.

Em 1979 as músicas de sucesso eram “O bêbado Equilibrista” com Elis Regina, “Pai Herói” de Fábio Junior e “Too Much Heaven com os Bee Gees.

Na TV brasileira estreia Malu Mulher, com Regina Duarte e Dênis Carvalho, além das séries Carga Pesada, com Antônio Fagundes e Stênio Garcia e Plantão de Polícia, com Hugo Carvana.

Nem sonhávamos com Netflix e streaming e fazia apenas 2 anos que havia inaugurado a primeira videolocadora em São Paulo; nessa época alugávamos filmes em VHS!

Também em 1979  Michael Jackson lança “Off the Wall”, seu primeiro álbum solo como adulto e a banda Pink Floyd  o álbum “The Wall”. Aqui no Brasil nascem as atrizes Juliana Paes, Débora Secco e Débora Falabella e vejam só como estão bem crescidinhas; elas têm a idade da Apoie.

O Prêmio Nobel da Paz foi para Madre Tereza de Calcutá e Allan McLeod e Godfrey Newbold ganharam o Nobel de medicina pelo desenvolvimento de um modelo fundamental para a criação da tomografia computadorizada.

Enfim, já deu pra perceber que a gente tá na estrada há muito tempo e que de lá pra cá muita coisa mudou.

O que é ser Big

Big é ser brother da diversidade e lutar pelos direitos da nossa gente; é ser grande e forte o suficiente para não desistir da causa.

Brother é aquele que dá a mão e ensina, luta pela autonomia e inclusão da pessoa com deficiência intelectual; o brother enxerga uma estrada sem preconceito.

Big é grande, brother irmão e na busca por palavras que pudessem te chamar a atenção, aqui estamos recomeçando novamente e com a esperança de que 2022 seja nosso brother, além de big em boas novas!

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2021, o ano da volta

2021

2021, o ano da volta, do recomeço e da vida quase… quase como ela é. Agora, pelo menos a possibilidade do olho no olho, do riso e da voz distante dos sinais elétricos que caminham como ondas de rádio. Tá certo que teve bastante turbulência e ondas gigantescas, mas não vamos reclamar; a urgência trouxe a competência à tona e mentes brilhantes nos salvaram do pior.

A gente não sabe muito bem se 2021 correu como uma lebre ou se em passos de tartaruga demorou a passar, embora ainda estejamos nele, parece que o tempo do tempo mudou.

O que importa mesmo é que, parodiando Guimarães Rosa, nas horinhas de descuido trabalhamos muito, tocamos o barco e seguimos em frente. Avançamos algumas milhas e certamente aprendemos bastante. Talvez ainda não dê para tirar uma carta de Capitão dos 7 mares, mas a de Arraes, ah… essa já tá no papo. Brincadeiras à parte, tanto a nossa gente, quanto a equipe se saíram muito bem.

O tempo não para

Na história “Alice no país das maravilhas”, um coelho corre porque está atrasado.  Sempre aflito e com um relógio de bolso nas mãos, na verdade ele representa a passagem inevitável do tempo.

E como a gente corre atrás de um tempo que parece brincar de pega-pega, do susto de um 2020 que deu uma rasteira memorável em todo o mundo, 2021 devolveu pra gente a chance de voltarmos pra vida.

Somos os mesmos? Certamente que não e muito há que se fazer para arrumar a casa, alinhar as arestas e preencher lacunas. Mas o tempo não para e a gente também não, o que nos permite dizer que de alguma forma todos saímos vencedores.

Mas, será que é possível ganhar alguma coisa com todo esse pandemônio? Porque o tempo fechou e o planeta Terra tomou uma lufada de não fazer gosto!

Entre necessidades de toda ordem, já que a pandemia devastou corpos e mentes como nenhuma outra na história, embolsamos alguns pertences que não são visíveis. Assim como o tempo, o que ganhamos não dá para tocar com as mãos, apenas sentir.

Pode ser que esteja pensando que enlouquecemos, porque não pode haver ganhos em meio a esse drama que não teve nenhum toque de comédia. Mesmo não fazendo o jogo do contente, porque nem cabe isso neste momento, pensa com a gente uma coisa; quer queira quer não, no final das contas você ganhou um patrimônio de abstrações que ninguém pode capturar; nem o Capitão Gancho, muito menos os Piratas do Caribe.

Os ganhos de 2021

Lá vem a gente de novo com esse papo de lucro entre tantas perdas e danos, mas é que de fato vale a pena olharmos as quatro estrelas que, com bastante orgulho, temos no peito.

Pensa e reconhece se depois de tudo não somos pessoas bem diferentes daquelas do passado. Então, sem querer minimizar a fatalidade, já que vivemos uma saga difícil, onde nem a mais trágica peça grega conseguiria desbancar; será que a gente não pode ganhar nenhum prêmio disso tudo?

Olha, pode se preparar porque temos louros para você guardar no peito, afinal, ostentamos recursos tão valiosos, que nem o patrimônio do Bill Gates vale mais.

Falamos da conquista de 4 tesouros e se souber de mais algum, escreva aí nos comentários porque, certamente, acrescentaremos à nossa lista. E olha que não precisamos de nenhum professor para traçar um plano mirabolante e assaltar a Casa da Moeda Real da Espanha!

Sem sombra de dúvida, todos nós ganhamos Conhecimento, Força, Resiliência e Coragem, muita coragem para enfrentar o que der e vier daqui pra frente. Né, não?

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WhatsApp fora do ar

WhatsApp fora do ar e vejam só, o mundo de cabeça pra baixo por conta disso quase parou.

WhatsApp fora do ar e vejam só, o mundo de cabeça pra baixo por conta disso quase parou. A abordagem do assunto vale uma interpretação porque abrange questões comportamentais.

Caminhamos de modo a uma relativa dependência dos aplicativos no auxílio às demandas, tanto de relacionamento quanto comerciais e o ocorrido permitiu que refletíssemos sobre a desordem ou não na rotina de cada um.

Para nós da APOIE a falta do whatsapp e dos aplicativos Facebook e Instagram causou algum impacto? Evidente que sim, já que não podemos abrir mão das redes sociais como forma de divulgação da instituição. Por meio delas revelamos o nosso trabalho e conquistamos alguns benefícios, além da ampliação do contato com familiares, colegas e parceiros.

O mundo caminha de modo a dependência quase que absoluta das redes sociais. Não queremos com isso negar os benefícios que elas trouxeram, mas vale a reflexão. Mais que uma ponderação sobre o assunto, a pane do Facebook , Instagram e WhatsApp também foi notícia por aqui.

WhatsApp fora do ar!

No dia seguinte ao ocorrido o assunto foi dos mais abordados pela nossa gente, já que o aplicativo e seu uso faz parte da rotina de todos.

A deficiência intelectual abrange vários coeficientes e a APOIE trabalha com pessoas adultas e ou idosas, com deficiência moderada a leve, com habilidades motoras e cognitivas suficientes para o uso do aplicativo WhatsApp.

Enquanto muitos não tem ideia do potencial da nossa turma e nossos posts tem o objetivo de falar exatamente sobre isso, outros tantos possuem curiosidade a respeito. Se acaso deseja saber se os nossos têm controle quanto ao uso dos smartphones, talvez seja interessante formular a pergunta a si mesmo e aos seus, porque a resposta será a mesma.

Somos todos igualmente humanos

Nossa, mas o que tem a ver nossas atitudes ou competências socioemocionais com as da pessoa com deficiência intelectual? Tem a ver que somos todos iguais nas questões relativas a humanidades. Tanto que em muitos casos o gerenciamento das emoções independe do QI ou grau de escolaridade.

Já parou para refletir sobre isso? Intelectualidade não é certificado de boa gerência no que se refere a capacidade ou não de agir com equanimidade diante do inusitado. Aliás, já abordamos em outros posts que nossa turma não é formada por eternas crianças, muito menos por anjos que caíram do céu e portanto sem defeitos.

Somos todos farinha do mesmo saco ou seja, seres humanos com qualidades e defeitos. É extremamente necessária a compreensão dessa paridade, já que é a base da inclusão de verdade. Se tratarmos no processo de inclusão a pessoa que integramos no grupo sem essa visão de paridade, então a inclusão não acontecerá de fato.

Não existe café com leite quando o assunto é diversidade e com isso não queremos dizer que um olhar refinado deve ser esquecido.

“O WhatsAPP parou” foi a forma que encontramos de estabelecer a semelhança entre todos nós no que diz respeito a formação, emoções e humanidades. Com relação as nossas possíveis respostas diante das coisas da vida, somos fruto do meio e conduta socioambiental não está interligada à intelectualidade.

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Deficiência Intelectual e a quebra de paradigmas

Um olhar apurado para a Deficiência Intelectual.

Para a Deficiência Intelectual encontramos inúmeras definições na internet, o que nos leva a não formular um post sobre o conceito em si. Acima de qualquer apreciação técnica, a intenção é revelar nossa experiência e dessa forma quebrar paradigmas.

Levantar o tema da inclusão com um olhar mais preciso para a pessoa com deficiência intelectual é a grande e relevante questão e nesse sentido temos muito a contar. É certo que já abordamos em outros posts do nosso blog os seus talentos e capacidades.

Também queremos trazer luz para as potencialidades do nosso grupo e ressaltar que suas habilidades cognitivas não têm a ver com memorizar informações mas, muito além disso, com o conhecimento assimilado.

Enquanto uma parte da população ainda não compreendeu que a pandemia  impôs novas regras para a civilização, aqui na APOIE tudo foi muito bem compreendido. Ninguém questiona o uso ou não da máscara, da higiene das mãos e do distanciamento tão necessário para nos proteger de um possível contágio.

Então, estabelecemos protocolos e todos perceberam que sem o cumprimento das novas regras a volta não seria possível. E como queriam voltar… notamos que a saudade era grande e que sentiam muita falta da rotina na APOIE.

Embora continuássemos com as atividades online durante a quarentena, logicamente a falta do contato presencial era imensa e chegou inclusive a abrir algumas lacunas.

Aliás, o mundo todo experimenta o vazio deixado pela pandemia.

Aprendizagem e escolhas

Se você ainda tem dúvidas quanto a capacidade dos nossos jovens e idosos, compreenda que eles têm envergadura para responder ao que lhes é bem explicado. Você sabia que além de capazes são criativos e perspicazes?

Antes de mais nada, muito bom ressaltar que recebemos pessoas com deficiência intelectual moderada a leve. Bem conduzidos pela equipe de profissionais da instituição, recebem propostas desafiadoras e as executam com perfeição. Assim como a maioria de nós e salvo exceções, um aprendizado ocorre por meio de treinamento e estudo. Daí a necessidade do nosso foco voltado para o bem estar e o aprimoramento da nossa turma.

Já sabemos que as civilizações caminham de modo a quebrar paradigmas e quando uma sociedade se movimenta nesse sentido, ou seja, buscando aprimorar-se, certamente evolui. Com uma história considerável e recheada de muita experiência, sabemos que a escalada evolutiva é contínua e exige preparo.

Crescemos na medida em que nos empenhamos para isso, caso contrário estaríamos vivendo ainda como os nossos antepassados da era das cavernas. Se no passado os olhares se apiedavam diante dos que apresentam alguma deficiência, as paraolimpíadas são exemplo do poder de superação.

Todos estamos no mesmo barco e chega ao pódio quem se empenha para alcançá-lo.

Deficiência Intelectual oferece limites e pede superação

É claro que viemos ao mundo para superar deficiências e cada um tem as suas. Vai dizer que não deseja sobrepujar limites e que já se encontra no topo da cadeia evolutiva.

Não, né?

Trazemos o tema de forma mais coloquial justamente para abrandar conceitos e focar na questão de que todo mundo tem desafios que exigem superação.

Imagine-se por exemplo, produzindo uma peça como essa do link, confccionada uma pessoa com deficiência intelectual! E então, abriu o link com as letras em azul? Você seria capaz de fazer um Papai Noel como esse? Pode até ser que nem deseje aprender, mas a confecção do produto requer muita habilidade e atenção.

Enfim, a nossa missão é oferecer ferramentas para que a pessoa com deficiência intelectual alcance espaço e reconhecimento na sociedade por meio da autonomia e com foco no seu bem estar. Afinal, quem de nós não deseja ser parte atuante da sociedade? Certamente uma questão primordial para a autoestima de qualquer pessoa, carregue ela uma deficiência ou não.

Então, vamos enxergar nossos preconceitos, procurando o entendimento de que não somos nem mais e nem menos do que ninguém. Se acaso tem limites, que bom! Bora fazer o possível para superá-los.

Foi assim que descobrimos a roda, o fogo, o desenvolvimento da agricultura, da pesca, das vacinas!

Já pensou como seria sem graça a vida se não tivéssemos mais pelo o que lutar ou progredir ou se tudo estivesse pronto ou acabado? Ah, mas você ainda poderia questionar sobre a razão de uns terem desafios gigantes e outros nem tanto. Bom, isso é papo para mais de hora e não é exatamente o foco em questão.

Felicidade se acha é em horinhas de descuido
Guimarães Rosa

Então, nessas horinhas de descuido vamos em busca da tal felicidade e seguindo com a missão de fazer a diferença.

Vem com a gente?

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Retomar a vida com a mala repleta de suvenires e história pra contar

Volta para a vida

Após um longo cruzeiro por mares nunca navegados, vamos retomar a vida com a mala repleta de suvenires. Aliás, muitos deles se pudéssemos não teríamos na bagagem, não é mesmo?

Apenas como curiosidade, a palavra tem origem do francês souvenir que significa “memória”, pois é algo que resgata as memórias culturais que estão relacionadas ao destino turístico de onde veio o viajante.

Então utilizamos o termo porque cada um de nós viveu a pandemia de um jeito e certamente colecionou um monte de bugigangas emocionais. De volta para a vida de outrora cada suvenir tem um significado e portanto, uma história ou sentimento agregado a ele.

Embora o post tenha feito metáfora com uma viagem marítima, ela ocorreu como uma figura de linguagem que traduzisse um passeio de navio pelas águas salgadas de Nazaré.

Se acaso nunca viu as ondas dessa praia de Portugal, vale a pena conferir as imagens do que nos parece traduzir o que enfrentamos por aqui! Isso porque as ondas são boas para prática do surfe, jamais para um cruzeiro.

Navegar é preciso e retomar a vida também

Apesar de tudo sobrevivemos, não é verdade? Não à toa que muitos de nós, ainda que ressabiados, estamos contentes por termos saído com vida da pior tormenta de todos os tempos.

E ela nem mesmo acabou…

Talvez o Ítalo Ferreira, ouro olímpico do surfe, seja o maior exemplo pra gente, na medida em que nos revelou o segredo da sua força e poder de luta. Ele aprendeu a surfar em uma tampa de isopor quando criança e certamente desafiou ondas terríveis até chegar ao pódio, colecionando suvenires memoráveis.

Assim, também nossa gente carrega marcas profundas de tudo o que viveu durante a pandemia. Como não poderia deixar de ser, alguns tomaram um belo caldo e quase perderam o fôlego. As lembranças que trazem do período ficarão guardadas nas gavetas cinzentas dos seus cérebros. Mas aprendemos na APOIE que a pessoa com deficiência intelectual é resiliente.

Sim, muito já falamos em outros posts sobre as qualidades do nosso grupo, que revela dia a dia que tem capacidades e muito potencial. No entanto, muito além do seu poder de contribuição na roda que movimenta a economia da sociedade está a sua resposta emocional diante das vicissitudes.

Capacidades reveladas e poder de superação

Então, pode segurar o queixo e fechar a boca aberta pelo espanto, porque a turma compreendeu muito bem as novas regras impostas. Já que a pandemia estabeleceu normas sanitárias rígidas e inquestionáveis, nos adaptamos ao novo momento e ajustamos a rotina, o espaço e as dinâmicas diárias.

Certamente que houve um grande empenho dos profissionais da APOIE para explicar as novidades e capacitar a nossa gente para que o comportamento de cada um fosse adequado. Também respeitamos a vontade das famílias, quanto a volta presencial ou não dos seus tutelados.

Na verdade quem optou pela volta física confiou no “nosso taco”, na seriedade do nosso trabalho e conduta diante da grande responsabilidade que assumimos ao recebê-los. Por fim e não menos importante, a pessoa com deficiência intelectual revela a sua capacidade não só de resiliência, como também de mudança de padrões de comportamento.

Gente, vocês sabem o quanto é complicado mudar comportamentos adquiridos ao longo da vida! Certamente já tentaram e compreendem o que estamos falando. Pois bem, importa saber a capacidade de superar obstáculos e retomar a vida da pessoa com deficiência intelectual.

Sabe, como já dissemos eles voltaram com um monte de bugigangas na mala, quinquilharias emocionais no bolso e que certamente prefeririam não colecionar. Mas a resiliência, o sorriso no rosto e a gana pela vida atracaram com eles no porto seguro da APOIE!

Apesar do longo período longe, voltaram inclusive com vontade de reaprender o que esqueceram e isso é muito bonito de ver.

Quer saber mais? Mesmo quem não está presencial continua com o atendimento remoto e assim vamos singrando o mar da vida.

Enfim, estamos de volta e com todas as atividades para o bem estar da nossa gente, além de novidade na produção! Vai lá e confere.

Até o próximo post!

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A Onda acaba na praia mas a espuma retorna ao mar

A onda acaba na praia porque esse é seu destino. Mesmo que gigantesca, invariavelmente termina em branca espuma.

A onda acaba na praia porque esse é o seu destino! E, mesmo que gigantesca, invariavelmente termina em espuma branca e inofensiva.

É possível que jamais tenha feito essa análise, mas o momento pede que sejamos não só resilientes, como também reflexivos. Opiniões à parte, é relevante que façamos uma ponderação sobre o agora, já que se passou mais de um ano que tudo começou.

Tudo o que? Ora, um maremoto chamado pandemia… Tivemos que nos tornar surfistas e a nossa onda ainda não virou espuma em nenhuma areia. Em cima da prancha ainda surfamos a onda, pegamos um tubo e a praia está bem longe da nossa vista.

Por outro lado, não tivemos grandes treinamentos e fomos pegos de surpresa. Caminhávamos pela beira do mar e, não mais do que de repente, nos deram uma prancha e disseram: Vai! Mas acontece que não sabíamos surfar e nenhum de nós tinha essa pretensão, porque, afinal, “Medinas” na vida não surgem aos milhões, né?

As primeiras ondas não eram tão grandes, o mar no Brasil não se apresentava tão bravio e o perigo parecia distante de nós. Então, inocentemente pensávamos: ah, lá no Havaí o mar pega bravio, mas aqui será uma marola. Ao passo que poderíamos ter praticado mais, treinando a execução de algumas manobras como um floater, rasgada ou 360º.

Os meios de comunicação trouxeram muita informação, deram as cartas para um bom treinamento e será que fomos espectadores diligentes? Será que estagnamos na certeza de que toda onda morre na praia, sem nem ao menos nos atentarmos ao fato de que ela engole muito peixe e desacomoda até conchas e caramujos?

O que o surfista leva antes da onda morrer na praia?

Primeiramente a lição de que o equilíbrio é fundamental para se sustentar em uma prancha de surf. E, diante da fabulosa onda que a pandemia avolumou, o controle da mente se tornou fundamental.

Da mesma forma, surfistas devem ser bons estrategistas e rápidos nas manobras, visto que o cenário pede agilidade e atenção. Todavia, teve muito caô na parada e para quem não é versado nas gírias do meio, a palavra é sinônimo de mentira.

Se por um lado fomos pegos de surpresa, por outro tivemos tempo considerável para aprender muita coisa e tirar algumas lições. Aliás, já pudemos aprender as manobras básicas e também não temos a pretensão de nos tornarmos um Ítalo Ferreira ou uma Maya Gabeira. Talvez a primeira grande lição do surfista seja respeito pelo mar.

E nós, que não somos surfistas de ondas marítimas, mas das intempéries da vida, o que levamos disso tudo?

Reflexão

Muito sofrimento existiu para todo mundo, sem exceção.

Fato é que alguns tomaram um caldo enorme dessa assustadora onda, de modo que estão bem machucados. Também temos os que permaneceram distantes do pior, mas próximos do sofrimento de muitos. Não à toa estamos todos de olhos bem arregalados e assustados com tudo o que aconteceu e insiste em não terminar.

Mas apesar de tudo e de todos, num dado momento toda onda acaba na praia! O questionamento que merece atenção é: permanecerei a mesma pessoa? Por fim, fica a indagação que não podemos deixar de lado: olharei para o planeta, para as pessoas, para o meu consciente da mesma forma?

Uma vez que algum ensinamento devemos tirar desse surfe forçado, nada disso pode ter sido em vão…

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Ser ou não ser, eis a questão mais atual

Ser ou não ser, eis a questão do momento.

Ser ou não ser, eis a questão das mais relevantes para quem deseja renovação, transformação dos costumes, das certezas e, quiçá, incertezas do presente.

Já que Páscoa é transformação, decerto que o novo necessita da crisálida para adquirir asas e voar. A existência é complexa e carrega histórias tão cheias de profundidade, que saber-se quem é tornou-se imperativo.

Sim, sabemos que é tempo de mudança, recolhimento e atenção. Estamos carentes de tanta coisa que de repente nem mais podemos enumerar. Mas se a carência é mote comum, como transformar o novo com força, graça e luz sem o conhecimento profundo do velho que desejamos transformar?

“Ser ou não ser , eis a questão”, frase shakespeariana e que nos remete ao trágico papel de Hamlet, volta à mente porque sustenta a indagação sobre quem somos e para onde vamos.

Ser ou não ser – A filosofia bate à porta de todos nós

À primeira vista nos pareceu que uma pequena tempestade estava chegando e que rapidamente se dissiparia, não é mesmo? Pois bem, não foi assim e agora precisamos nos aprumar para o remanejo das nossas embarcações.

Seja lá como for, o mar não tá pra peixe e emerge o sentido de recolhimento, de cuidado, zelo e profunda atenção, para consigo mesmo e para com o próximo. Não obstante e mesmo que difícil, impera o senso comum de preservação. Preservar o eu, resguardar o nós.

Nós precisamos não apenas uns dos outros, como também da sinergia coletiva pelo bem comum e se a coesão é necessária, importa sabermos quem somos e o nosso papel na sociedade. Nós precisamos de você, muitos precisam de nós. Eis a questão.

Deseja conhecer com maior profundidade o nosso longevo trabalho e a capacidade da pessoa com deficiência intelectual? Enfim, toda ajuda é bem-vinda e com ela daremos continuidade ao nosso trabalho, que está voltado para a autonomia e bem estar do nosso grupo, como pôde evidenciar se acessou o link acima.

Que usar o PIX? Nossa senha é apoie@apoie.org.br

Deseja fazer com cartão de débito, crédito ou transferência bancária? Fácil! Faça sua doação pelo site no menu DOAÇÃO e conclua a operação da forma que preferir.

Agradecemos muito e assim que tudo voltar à normalidade, venha nos conhecer pessoalmente! Teremos imenso prazer em recebê-lo, (a)!

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Como somos muito + que 21

Dia 21 de março é certamente um marco para a visibilidade da pessoa com Síndrome de Down, mas que as chances de crescimento se estendam para além deste dia.

O dia foi ontem, mas como somos muito + que 21, o cromossomo 21 estampa,  mas não espanta a luta pela inclusão social. O cromossomo 21 revela o que aos poucos o mundo se permite enxergar.

Hoje é dia 22 e poderia ser 2, 3 ou 4. Fato é que o muito ou pouco caso, que alguns fazem da importância da inclusão é nosso combustível para prosseguir com esse marco. O acaso me faz sair um tanto do formato SEO, porque a história que brota é mais forte do que a regra do Google.

A princípio ontem foi e hoje não é mais o dia…

Que dia?

Dia da consciência do cromossomo 21, ou seja, da Síndrome de Down.

Sair do 3×4, o retrato de quem são e como agem os portadores de diferenças é a razão desse post, além da inquietação das palavras.

Mas quem são? Gente como a gente, uai! Gente que ainda precisa que marquemos um dia do ano para acentuarmos o olhar, visto que ainda estamos no início da estrada do reconhecimento das suas capacitações.

Uma vez que ainda não os enxergamos como pares, mas sim como ímpares, diferentes, “café com leite” ou coisas assim. Com certeza a grande maioria ainda os vê como crianças, mesmo que já apresentem rugas profundas e mãos já envelhecidas pela passagem dos anos.

Mas afinal, quem são os muito + que 21 ?

De certo desandamos, retornamos e novamente voltamos a repetir: gente como a gente, uai! Surpreendentemente humanos e, portanto, pessoas que erram, acertam, aprendem, inventam e, acima de tudo, muito fe-li-zes.

Felizes?

A régua da felicidade é a mesma para todos nós. Dessa forma, a felicidade se alcança em minutos de descuido, como já nos disse Guimarães Rosa.

Visto que a vida é composta por alegrias passageiras, assim como por adversidades rotineiras, deixemos os rótulos de lado e brindemos as singularidades de cada um.

Seja como for, a vida é fonte de crescimento, independentemente do cromossomo genético que a possa distinguir. O progresso depende de oportunidade, assim como de atitude e vontade de crescer. O que importa mesmo são as ferramentas que nos disponibilizam para trabalhar.

Assim, dia 21 de março é certamente um marco para a visibilidade da pessoa com Síndrome de Down, mas que as chances de crescimento se estendam para além desta data.

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Autogestão na vida Pessoal – Habilidade Importante no Momento

Autogestão pessoal para enfrentar o frio na barriga

Autogestão é habilidade mais que importante nos dias de hoje, todavia requer um bom treinamento. Querer mudar alguma coisa dentro de nós mesmos exige uma razão tanto forte quanto soberana, já que padrão de comportamento é coisa séria.

A pandemia nos chama para um autocontrole emocional, além de novas atitudes que antes não tínhamos dentro da nossa rotina.

Como que no chapéu mexicano dos parques de diversão, a velocidade dos acontecimentos gira com uma rapidez de tirar o fôlego! Sentados nas cadeiras daquela estrutura circular e segurando fortemente as correntes, o medo dispara o coração…

Viver uma pandemia não foi uma escolha pessoal, apesar de ser o resultado das atitudes do coletivo. Teoricamente colhemos o que a civilização, como um todo, plantou. Diante do fato consumado, agora nos resta enfrentar o problema e é justamente aí que entra a importante habilidade de autogestão pessoal.

Pode ser que você nunca tenha tomado para si essa questão, mas não dá para virar a página desse capítulo da nossa vida como se nada houvesse. A princípio, esse é um momento para jamais esquecermos e que deixará sequelas em cada um de nós. Um marco civilizatório e que irá compor as páginas dos livros de história mundo afora.

O que as futuras gerações dirão de nós? Certamente que irão analisar causas e efeitos, bem como as atitudes e ferramentas que utilizamos para a superação do caos.

Será possível ultrapassar uma pandemia sem autogestão pessoal?

Não. A resposta é monossilábica porque simplesmente, de uma forma ou de outra, todos recebemos um forte golpe com a chegada do Coronavírus.

Por outro lado, muitos de nós nos surpreendemos com a capacidade de, mesmo diante do impacto, administrarmos com resiliência os medos, as faltas ou carências. Afinal, o autocontrole é uma conquista que só poderemos experimentar quando colocados à prova.

Vejamos por exemplo o universo da APOIE e o público que a frequenta: a pessoa com deficiência intelectual. A partir daí, vamos fazer o exercício de nos colacarmos no lugar de cada família… Certamente não foi fácil o enfrentamento das incertezas e dificuldades, não é mesmo? Mas encararam com resiliência o que a vida lhes reservou.

Enfim, só poderá sentar na cadeira do chapéu mexicano quem tiver fibra para isso e olha que tem muita criança que senta!

E você, já se divertiu no chapéu mexicano alguma vez na sua vida? Conta pra gente!